terça-feira, 26 de outubro de 2010

Dia 15

Já estou escrevendo da casa que escolhemos. Antes de chegarmos aqui, Anna atropelou alguns mortos-vivos no caminho da Polícia Federal pra cá. Procuramos no Google Maps uma casa que tivesse boa localização, bons pontos de fuga e que seja forte o suficiente. Que estivesse, também, longe dos grandes centros (quanto mais rico o lugar, menos pessoas por metro quadrado, consequentemente, menos zumbis). É uma puta casa na SMPW, um setor de mansões próximo ao aeroporto. Poucas casas por perto, um baita descampado ao lado (uma fuga por lá seria opção) e possivelmente um lugar tranquilo para traçar o que vamos fazer a partir daqui.

A casa tem acesso ao telhado. E do telhado, acesso para os quatro cantos da rua. Ponto importante no aprendizado de sobrevivência contra zumbis: rotas de fuga. Esteja sempre preparado para ser cercado por mortos-vivos. Eles aparecem como formigas ao redor do açúcar. O problema que o doce aqui é a nossa carne, nossos cérebros.

Demoramos um bocado para “limpar” a casa. Vasculhamos todos os cômodos para saber se tinha sinal de um morto-vivo. E acreditem, tivemos uma ingrata surpresa. Numa pequena casa ao lado da grande (mas que faz parte da propriedade e que possui um quarto e um banheiro), descobrimos um morto-andante que foi trancado. Não entendo bem como aconteceu, mas quem morava ali provavelmente descobriu um infectado e o trancou lá antes de abandonar a mansão. Se era um empregado, um parente ou um desconhecido, eu não sei. Infelizmente as janelas estão fechadas, exatamente como a porta (com a chave na fechadura, pelo lado de fora). Só sabemos que há um zumbi lá dentro pelos gemidos. E pela excitação ao sentir nosso cheiro, quando nos aproximamos.

Anna não quis cuidar do assunto naquele instante, nem quis mudar de casa (já que dá um trabalhão fazer uma varredura). Decidimos ficar aqui, por enquanto. Trancamos tudo e, se der, visitamos esse zumbi trancado depois. A noite já está chegando e não é muito prudente ficar aqui fora.

Ah, esqueci de dizer. Anna me confessou que tirou algumas fotos com seu celular (eu nem sabia disso). Como seu celular é vagabundo, imagino que estão ruins. Mesmo assim, logo que baixar, coloco aqui. Faço questão que todos vejam. Tenho aqui uma máquina fotográfica comigo e um celular que tira fotos razoavelmente. Mas esses dias foram tão loucos que nem sequer pensei em fotografias. Prefiro andar com uma arma em cada mão... Cliques não derrubam esses desgraçados.

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