segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia 15 (manhã)

Há pouco ainda estávamos em trânsito. Dirigimos com o sol nascendo, o que deixou o céu azul e laranja. Lindo esse céu de Brasília. Agora tem cheiro de morte. Era impossível prever como uma cidade ficaria depois de ser infestada por zumbis. Brasília, um lugar com mais carros do que deveria, está um caos. Milhares de automóveis estão parados nas ruas. Alguns já completamente carbonizados, outros engavetados em alguma batida feia e outros simplesmente parados por causa do último engarrafamento – quando os condutores provavelmente foram atacados e devorados pelos até então poucos mortos-vivos (e aí veio a reação em cadeia, pronto, temos todos os zumbis de que não precisávamos).

Graças ao Google Maps (Salve o Google!), consegui pensar com maior clareza (enquanto Anna se desdobrava para passar pelos carros parados – muitas vezes usando a calçada, graças à altura do carro). Antes do destino que escolhemos, passamos no Departamento da Polícia Federal, no Setor Policial (Brasília é assim, cheia de setores para tudo, inclusive motéis). Fiz uma matéria lá uma vez e sabia onde poderia encontrar armas e munição. Encontrei mais gente morta do que morta e andando (estes foram fáceis de driblar). Consegui uma grande bolsa e nela coloquei quatro pistolas automáticas, uma escopeta e uma cacetada de munição (o peso foi tanto que quase me dei mal na volta). Depois de conseguir tudo isso, fiz alguns testes: esses desgraçados realmente não caem se algo não destruir parcialmente seus cérebros. Tiros, até mesmo com a escopeta, em partes do corpo apenas dilaceram ou os param temporariamente. Só derrubei dois após tiros na cabeça. Agora que tenho munição, terei de treinar e insistir para que Anna faça o mesmo.

Antes de mostrar para onde fomos, quero colocar aqui onde estivemos. Não tirei fotos do lugar (deveria), mas a ferramenta do Google me ajuda. A quitinete, no PONTO A, era a casa de Márcio. Foi lá que passamos três dias enfurnados (e talvez por isso tenhamos perdido todo o desenvolvimento dessa coisa).
 
















De lá partimos para a W3 Sul, onde conseguimos uma casa (a do fadado e suicida Joel).

















A casa, se não me engano, é a marcada com o ponto azul. A parte em vermelho é a área que estava apinhada de mortos-vivos (desejei que o Google Maps atualizasse as fotos diariamente). A seta em amarelo foi o caminho que tomamos, por cima do telhado. Saímos pelas árvores, corremos pela pista e achamos o carro.

















Depois que nos instalarmos direito, conto o que mais aconteceu nesse dia. Por sorte, não há sinal de mortos-vivos por aqui.

2 comentários:

  1. Cara ja conseguiu um rádio? Quase consegui contato mas as ondas são curtas MESMO. Acho que tive a impressão de ouvir um chiado falando... Ou estou ficando louco. Captei uma frequencia da Argentina, uma gravação em repetição com um sinal muito ruim em OM, o país está sitiado. Não tenho mais certeza da origem da doença. Se o sul realmente estiver mais seguro eu te aviso. As estradas estão tranquilas por enquanto. Acredito que passando por SP devo estar ferrado mas vou mantendo informado. Fique firme e não saia a noite. Esses troços estão mais ativos de noite.

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  2. Graças as suas dicas estou conseguindo sobreviver quase ileso. Um policial muito esquisito estava andando perto de casa, atirando em tudo que via. Só fui entender que era um zumbi quando vi seus olhos virados. Queria a sua escopeta, mas não sabia como derrubá-lo. Alguém fez isso por mim, não sei quem até agora. Corri o mais rápido que pude e agora ando armado, sem confiar em ninguém. Você pode me reconhecer pelo uniforme do PATAMO, com uma fita vermelha no braço direito. Vamos nos manter informados. Essas coisas podem mudar de comportamento, sei lá. Muito medo.

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