sábado, 23 de outubro de 2010

Dia 12

Pelas minhas contas estou no Dia 13 desde que começou essa porcaria toda. Ontem não tive como usar o computador, então, vou atualizá-los em dobro.
Cedric, o primeiro que entrou em contato, parece estar bem. Encontrou uma casa com um rádio amador – o que é uma boa ideia. Meu pai tinha um antes de morrer. Mas me lembro também que, tirando caminhoneiros e policiais, poucos usavam aquilo. Pode ser uma boa para o futuro.

Eu e Anna não tivemos uma noite muito tranquila. Nós sempre dormimos juntos, pois um sempre fica em alerta. Eu, geralmente, que já passei algumas madrugadas praticamente em claro. E quando durmo, é tão pesado que um dos zumbis poderia invadir a casa que eu não acordaria – aí é a ruiva quem cuida de acordar facilmente.

Passei o dia de ontem (o 12º) procurando um jeito de sair dessa casa. Não estou gostando do que eu estou venda lá fora. Já são muitos os que estão na frente do portão. Acho que são atraídos pelo cheiro, pela luz, pelo barulho. Não sei bem como funciona. O fato é que eu não sei se o portão aguenta muito tempo.

Ri outro dia conversando com a Anna. Nos Estados Unidos, onde as casas não têm muro ou portão, e muitas são construídas com madeira, a festa dos mortos-vivos seria de arromba (seria ou foi?). Com essa quantidade de zumbis lá fora, a casa teria sido derrubada, fatalmente. Mas começo a imaginar que aqui não é diferente. Vocês não podem imaginar a força que pode ter um monte de gente junto. Já vimos isso acontecer em portões de estádios, mas nunca paramos realmente para pensar nisso. São como formigas. Se milhões delas se juntam, podem derrubar e matar um elefante.

Não contei ainda para Anna, mas acho que encontrei uma maneira. Arriscada, mas encontrei.

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