quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Dia 11

Hoje o dia foi tranquilo, mas a noite não foi monótona. Depois de voltar da cozinha, passei em frente ao banheiro e levei um susto. Não era uma coisa ruim, mas me deixou surpreso. A porta estava entreaberta e Anna completamente nua. Estava embaixo do chuveiro, de olhos fechados.

Veja bem (você que não me conhece e precisa entender a situação). Anna tem pouco mais de 1,70m de altura, cintura fina e as pernas mais grossas e delineadas que eu já vi pessoalmente. Mas é minha amiga. Seu cabelo quase curto, loiro, raspado na nuca, pede para ser agarrado com gosto. Mas ela é minha amiga. E seus seios são firmes, pontudos, daqueles que faz qualquer um desviar a atenção de seu lindo rosto para eles. Mas é minha amiga. O problema é que minha amiga estava ali, deixando a água quente (enquanto ainda tem) rolar pelo corpo estonteante. E cada movimento seu se passava em câmera lenta.

Ela tinha deixado a porta aberta de propósito? Desejo pensar isso, mas não tenho certeza. A civilização, como conhecíamos, não existe mais. Os “outros” não estavam mais ali para “beirar” na fresta de um banheiro. Quando digo os outros, digo todo mundo.

Eu sei, tem uma pancada de zumbi lá fora. Uma cacetada de mortos-vivos que ficam gemendo horrendamente, como se dissessem: “Estamos com fome. De você”. Inevitavelmente lembrei de um filme... “Brains...”. O problema é que aqui, na realidade, eles não falam.

Voltando ao que interessa. Não entrei no banheiro. Deixei minha amiga lá. Deixei AQUELE corpo lá. Agora quem está com fome de carne sou eu. Saco. Ainda bem que ela não lê isso aqui. Já a convidei para escrever, mas ela nem quer chegar perto do computador. Se diz desanimada.

Será que ela sabe de minha vontade? Por isso fez aquilo? Toda mulher deveria saber que todo homem deseja comer suas amigas (não como aqueles troços lá de fora). Se você é mulher e tem um amigo, bingo! Ele quer comer você. Tem lá suas exceções, claro. Mas toda mulher tem um (s) amigo (s) que a quer. Elas deveriam saber disso (ou fingem muito bem).

Agora estou aqui na janela, esperando ela chegar com o cabelo molhado (aquele-que-dá-vontade-de-agarrar-com-vontade). Para distrair? Fico olhando os mortos-vivos que cercam a casa e se amontoam na frente do portão. Acho que agora devem ser quase cem. Pior, antes eles olhavam para o nada enquanto gemiam e batiam na grade. Agora, alguns deles parecem me encarar. Parecem estar olhando fixamente pra cá.

Um comentário:

  1. Ainda tenho bateria consegui me instalar em uma casa no lago sul. posso carregar a bateria e fico aliviado por aqui ter várias casas com portões altos e bem cercadas. Um casal de idosos muito nervosos me abrigaram com a condição de vigiar o terreno. O senhor me deu a arma dele, é um militar aposentado e ele não tem muita força para disparos com essa arma. Pelo tamanho, pode fazer um belo estrago e bastante munição. Eles me contaram que esses zumbis estão ficando cada vez mais lentos, pelo cheiro no ar, acho que estão apodrecendo mesmo. Muita sorte mesmo, essa casa tem bastante comida e água, a energia tem ficado instável, as vezes as lâmpadas ficam mais fracas e voltam ao normal. Pelo que vi, estou pegando um sinal WiFi de um vizinho deles que não tem respondido pelos chamados, por cima do muro vi várias poças de sangue e a piscina tem um corpo boiando faltando metade do corpo... Não comentei com a senhora mas o velho já imaginava esse tipo de coisa. Ele tem um velho rádio de ondas curtas e vai me ensinar a mexer nesse trambolho e por ventura, vou pedir para me ensinar a fazer manutenção nisso tbm, pode ser muito útil. Pode ser usado na eletricidade ou com pilhas, recomendo que se puder, arrume um para vocês. Recebi informações que mais ao sul essa infestação esta sendo contida. Aqui me despeço por enquanto, esta anoitecendo e preciso vigiar o terreno.

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