segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Dia 21

A pessoa que nós “vimos” do outro lado da rua, atirando, colocou uma toalha vermelha na janela. Não conseguimos mais ver nenhum movimento por lá. Talvez por ser muito de manhã. Pode estar dormindo, como Anna. Eu, que não consegui dormir, corri aqui para fora para ver se enxergava algo. Só há a toalha.

Os mortos-vivos da rua estão perambulando longe da casa em que estamos, mas não posso ficar aqui muito tempo. Sei que eles podem sentir o cheiro e se bobearmos, logo estarão rodeando tudo por aqui.

Como daqui de baixo fica difícil ver a casa em frente, resolvi me ater a um velho hábito. Subir no telhado. É uma boa hora para traçar uma rota de fuga – caso os zumbis invadam isso aqui – e, quem sabe, ver lá do alto nosso vizinho atirador. Foi aí que me veio a surpresa...

Quando subi – há um acesso fácil, escalando pela churrasqueira –, consegui ver todas as casas da vizinhança. Também vi que há mais mortos-vivos por aqui que gostaria (já deveria ter me acostumado). E o atirador estava lá, no telhado, no telhado. Atirador não... Atiradora! Dei um grande sorriso quando a vi (acho que o primeiro em dias). Pelo que posso ver daqui, é uma mulher de uns 30 anos, vestida com saia, botas e blusão de frio. Seu cabelo parece preto e vai até o ombro.

Ela demorou para me ver – estava deitada perto da chaminé (acho que a outra mansão também tem churrasqueira), abraçada a uma espingarda. E quando me viu, me acenou de forma tímida. Acho que ela sabia que eu subiria aqui. Não sei como, mas sabia.

2 comentários:

  1. Salve companheiros,
    É bom saber que estão conseguindo passar por tudo isso ainda ilesos. É bom saber que está “tudo bem”.
    Como disse, tenho que arrumar uma forma de sair daqui. A única forma que imaginei seria pela garagem, esses prédios daqui tem garagens subterrâneas. Tenho a esperança de encontrar algum carro “grande” com o qual consiga passar por todos esses mortos-vivos que se aglomeram em volta do prédio que estou.
    Ontem tentei chegar à garagem, contudo os elevadores não funcionam. Deve ser a falta de manutenção. O mesmo não sai do quinto andar e eu estou no terceiro. Tentei descer pelas escadas, contudo, quando cheguei a portaria me deparei com um deles batendo contra o vidro pelo lado de dentro do hall de entrada do prédio. Pela característica camisa azul claro e a gravata azul marinho, creio que era um dos porteiros do prédio que também sucumbiu a essa doença. Se é que podemos chamar isso de doença né?
    O grito gutural, misturado com gemido que ele deu quando me viu, chamou a atenção dos outros mortos que aqui em baixo estão e antes de subir correndo pelas escadas pude ouvir o barulho do vidro da portaria indo ao chão após as investidas de dezenas destes mortos. Ainda não vejo nada pelo olho mágico da porta que reforcei com os sofás do luxuoso apartamento que me encontro. Contudo, em pouco tempo eles vão acabar chegando em minha porta, sentindo meu cheiro. Meu relógio começou a correr mais rápido, não tenho mais o benefício do tempo para traçar um plano de fuga deste lugar. Tenho que pensar em algo logo, ou esse pode acabar sendo meu último contato!
    Força
    Marne Azarias!

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  2. Marne, não fique muito tempo em um lugar só. O cheiro realmente atrae esse monstros. Pegue o que puder carregar, uma mochila, mala, não sei, ponha coisas úteis e fuja dai. Mantenha-se em um ap diferente a cada tempo, isso vai confundi-los. Ponha roupa suja usada sua na porta para engana-los. Eles são lerdos, você consegue fugir.
    AO que me lembre, os elevadores de Brasília possuem uma escada no poço para manutenção, use-a para fugir se for necessário, abrir a porta do elevador não é dificil.

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